quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Campanha: "Eu Vou Casar Virgem"


Uma campanha que propõe aos jovens a virgindade até o casamento está chamando a atenção no Twitter. O pastor de jovens e cantor Felippe Valadão, da Igreja Batista da Lagoinha (MG), lançou #EuVouCasarVirgem, que ganhou o apoio de centenas de jovens no microblog.

Felippe afirma ter se casado virgem com a também pastora e cantora gospel Mariana Valadão. "Eu me casei virgem, foi muito difícil, mas nunca tive vergonha. Eu sabia que Deus iria me honrar, hoje tenho um casamento maravilhoso", escreveu o cantor no Twitter. Aos que já não são mais virgens, ele fala sobre consagração e afirma que não é tarde para recomeçar.

A campanha é uma novidade no Twitter, mas antes muitas celebridades já defendiam essa postura, como o jogador de futebol Kaká, que declarou que se casou virgem; os meninos dos Jonas Brothers, que inclusive usam anéis de castidade e até mesmo o ídolo teen do momento, o cantor Justin Bieber, 16, que não usa anel, mas garante que pretende o momento certo.

Só depois do casamento

Fieis da Igreja Batista Filadélfia, no bairro Consolação, em Vitória, o casal Rafaella Farias, 22, e Guilherme Gavazza, 23, resolveram se guardar para a noite de núpcias. O casamento está marcado para agosto do ano que vem. "Eu já pensava de forma diferente das minhas amigas antes de frequentar a igreja. Quando não há sexo, o casal tem oportunidade de se conhecer melhor", conta Rafaella.

O noivo Guilherme admite que não é fácil, mas defende que vale a pena. "Evitamos ficar sozinhos por muito tempo e costumamos sair sempre com os amigos, mas namoro não é só beijo e abraço. Precisa existir muita comunicação", diz o jovem, fiel da igreja desde os 18.

O apóstolo da Igreja Batista Filadélfia, Ozenir Correia, lembra de outro movimento que prega a abstinência sexual antes do casamento, o Anel de Prata. "Surgiu nos Estados Unidos e, há dois anos, é amplamente divulgado no Estado. Essas iniciativas só reforçam a orientação que damos aos jovens", afirma.

Eles não pensam só em namorar

Além de se manterem firmes no propósito de se casarem virgens, há jovens que também optaram por namorar só depois de completar 18 anos. Esse é o caso de Amanda Suave Silva, 14 anos. Ela diz que na escola os colegas falam muito de sexo, mas ela prefere se afastar. "Duas meninas da minha sala, com 14 anos, ficaram grávidas. Não quero isso para mim. Meus colegas de escola falam de sexo o tempo todo, mas decidi não ser igual a todo mundo", diz a adolescente.

Seu irmão, Wilbert Suave Silva, já tem 18 anos, mas ainda não pensa em se amarrar. "No passado, gostei muito de uma menina, mas vi que não era a hora de namorar. Acredito que o namoro quebra a adolescência. Vejo namorados na escola muito amarrados, que acabam se isolando, além de passarem por problemas que não deveriam enfrentar ainda", conta Wilbert, que é alvo constante de brincadeiras na escola.

Já Julielly Silva, 20, foi criada desde pequena na igreja e, por isso, diz que não sofre tanta pressão dos amigos. "Todos, tanto na época da escola quanto agora na faculdade, me respeitam. Escuto algumas brincadeiras bobas, mas não fico chateada, eu já esperava por isso. Não existe uma pessoa perfeita, mas dizemos muito que estamos à procura de um príncipe e de uma princesa encantada. Estou determinada a esperar", afirma a estudante.

"Nós fomos nos descobrindo juntos"

Eles se casaram virgens e não se arrependeram. Diego Alberto, 22, e Ana Paula Correia, 22, estão juntos há quase dois anos e já esperam um herdeiro, que se chamará Calebe. Grávida de seis meses, a jovem diz que sofreu com o preconceito. "Ouvi dos outros que eu tinha casado porque estava grávida ou por pressão dos meus pais", afirma Ana Paula.

Diego também sofreu pressão dos tios, principalmente aos 15 anos. "Eles quiseram impor o teste da masculinidade e fizeram vários convites. Foi difícil, mas eu soube lidar com isso". Sobre o fato de ter planejado a perda da virgindade, Ana Paula confessa. "Deu um frio na barriga antes do casamento, mas conversei com meus pais e amigas casadas. Nós fomos nos descobrindo juntos", conta.

Deu no Twitter

Veja algumas manifestações dos jovens que aderiram à campanha:

"Não ceda a pressão da sociedade, muito menos do seu namorado (a)"
"Sexo seguro existe e se chama Casamento!"
"Antes ser careta do que apoiar a inversão de valores desse mundo"
"Não porque tenho medo da minha 1ª vez, é porque sei que se eu esperar, todo meu casamento será abençoado!"
"Jovem, seja forte, renuncie suas vontades"
"Não abra mão da sua promessa, quem ama espera, não tenha pressa"
"Já estou noivo! O que custa espera mais um pouco?”


Fonte: Jovem X/Gazeta Online

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Dizer não!


Saiba como dizer ‘não’, tirei esse texto do site da igreja bíblica batista, muito bom:

Ajude seus filhos a compreender e a aceitar limites.
Eu odeio dizer “não” aos meus filhos. Não gosto de ser a desagradável voz da razão e temo o início de uma batalha.

Acho que não sou a única. Nossas razões podem variar, mas poucos pais gostam de se opor a seus filhos ou negar-lhes seus desejos. Uma vez ouvi um conhecido professor da Bíblia dizer em uma palestra que se opunha ao legalismo e a regras opressoras: “De fato, minha esposa e eu determinamos que nunca vamos dizer ‘não’ a nossas filhas, a menos que seja absolutamente necessário”. Parecia um bom plano, mas quando eu o apliquei mentalmente à nossa família, não obtive o efeito esperado. Havia muitas vezes em que o “não” parecia absolutamente necessário.

Às vezes eu achava que tínhamos que ter sido mais durões quando nossos três filhos eram pequenos. Mas agora que eles são adolescentes, tivemos que traçar limites para um grande número de novos assuntos – mídia, namoro, amigos, horários; só para citar alguns.

Um pastor amigo nosso me disse recentemente que a música se tornou um assunto de discussões muito acaloradas na sua casa, mas que enfim levou a uma discussão madura em família. Quando as opiniões foram expressas e as diretrizes estabelecidas, ele conta, “houve raiva e lágrimas”.

Embora seja difícil dizer “não” para meus filhos, sei que muitas vezes é o modo bíblico de educá-los. Hebreus 12:11 diz que quando somos corrigidos, isso no momento nos parece motivo de tristeza e não de alegria. Porém, mais tarde, os que foram corrigidos recebem como recompensa uma vida correta e de paz. O “mais tarde” é a razão pela qual meu marido e eu não consideramos o “não” como um pronunciamento inteiramente negativo.

Ouça primeiro, negue depois - Há muitos anos, eu estava conversando com um amigo do lado de fora da igreja quando, de repente, meu filho pequeno começou a correr em direção à rua.

“Jamie!” Eu o chamei em tom de urgência. Imediatamente ele mudou o curso. Nosso pastor viu a resposta do meu filho ao chamado e disse: “As crianças precisam aprender a obedecer imediatamente, como ele fez, porque numa situação de vida ou morte, não há tempo para explicar.”

Quando meus filhos eram pequenos, o “não” era curto, firme e inegociável. Ele era colocado facilmente e, como meu pastor notou, apenas a explicação ou a justificativa mais básica eram necessárias. Mas conforme eles ficaram mais velhos, o modo como dizemos “não” tem mudado. Dificilmente ele é dado do mesmo jeito duro que falei com Jamie naquele domingo.

Certamente sou tentada a responder desse jeito com muito mais freqüência do que o faço. Mas quando um filho me traz uma crítica cristã sobre o mais recente filme secular e pergunta, “Mãe, você pode ler isto e ver se eu posso ir?”, ou outro diz, “Mãe, quero lhe perguntar algo, e quero que não diga nada até que eu tenha terminado”, eu tento engolir a resposta pronta nos meus lábios. Seus pedidos normalmente são razoáveis, então preciso ouvi-los para que o meu “não” – se esta for a resposta – venha, não com irritação, egoísmo ou de uma mente teimosa e fechada, mas de um desejo verdadeiro de proteger meus filhos.

Flexível, porém firme - Meu filho mais novo adora TV a cabo. “Se tivéssemos TV a cabo, eu poderia assistir a todas as corridas da NASCAR, não apenas as que passam nos canais abertos”, ele lamenta. Mas o cabo continua desconectado porque, pelo menos na nossa vizinhança, esta conexão também incluiria programas bem menos desejáveis.

“Posso entrar no MSN mais tarde hoje? Ninguém está lá tão cedo”, outro filho costumava pedir. Mas já tivemos problemas o suficiente com material questionável na internet, e meu marido e eu nos convencemos da necessidade da restrição de horário.

Descobrimos que precisamos mudar de marcha periodicamente nestes assuntos. Uma vez usamos um software que filtra material indesejável, mas agora usamos um programa que grava e classifica a atividade da internet para avaliação de terceiros (neste caso, dos pais). Sentimo-nos à vontade dando aos nossos filhos um pouco mais de responsabilidade pelo que eles fazem no computador, e tendo conhecimento de que estaremos verificando de vez em quando. O mesmo se dá para nossas regras sobre namoro e horários: nós seremos firmes, com a promessa de sermos flexíveis conforme crescerem e mostrarem que podemos confiar a eles maiores responsabilidades.

Meus filhos protestam contra os limites? Às vezes. Mas deixá-los soltos na internet ou na TV é o equivalente a acenar para o pequeno Jamie enquanto ele andava em direção à rua movimentada e dizer: “Cuidado, querido. Já vou parar de conversar e ver o que você está fazendo.”

Algum dia eles estarão soltos no trânsito da vida moderna. E queremos que eles saibam como se proteger e como proteger aqueles a quem amam, mesmo quando não gostarem.

A quem prestamos contas - “Mãe, a censura é de 13 anos. Eu tenho 14. Os meus amigos riem de mim porque não posso ir.” Na mente do meu filho, as classificações, filtros e outras “diretrizes” da mídia são perfeitamente confiáveis. Mas depois de alugar um ou dois filmes liberados para 13 anos, tornou-se dolorosamente óbvio para mim que o sistema de classificação da indústria não é confiável para ser nossa fonte de autoridade a respeito de um conteúdo aceitável. O que nossa cultura considera aceitável para um menino de 13 anos é muito diferente do que queremos que nossos adolescentes vejam. Na verdade, mesmo outras famílias cristãs têm padrões que variam muito nesta área.

Depois de um longo período de conflito, foi um momento divisor de águas quando (como o da família daquele pastor) acabamos sentando no nosso quarto e discutindo os vários elementos negativos dos filmes e estabelecendo onde e por que os limites seriam respeitados.

Isto foi há mais de um ano. Recentemente, encontrei nossas diretrizes escritas dentro de uma gaveta e as reli. Temos seguido-as de perto. Elas não resolveram tudo, mas nos impediram de reacender discussões sobre os mesmos assuntos.

Algumas vezes as circunstâncias nos pressionam a avaliar nossa posição. Algumas vezes os argumentos de nossos filhos ameaçam desgastar nossa resolução. Mas o apóstolo Paulo escreveu. “Não se amoldem ao padrão deste mundo” (Romanos 12.2). Não devemos deixar o mundo pensar – e cuidar dos filhos – por nós.

Não acontece com freqüência, mas já fui desafiada ao ponto de dizer “Não, e não. Seria mais fácil dizer sim, mas realmente não pode ser dessa forma. Um dia terei que responder a Deus pelas minhas decisões, e não acho que é isso que Ele quer”.

A Palavra de Deus diz: “Assim, cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus” (Romanos 14.12). Quero que meus filhos aprendam que restrições baseadas na vontade de Deus não são baseadas na opinião ou preferência dos pais. Elas são derivadas da aplicação da Palavra de Deus através do Espírito Santo para as vidas de nossos filhos da melhor maneira que possamos compreender. Elas nascem de nossas orações e meditações, e de ouvir a voz de Deus.

Na minha cômoda há uma ficha de arquivo, já gasta, lembrança de uma temporada de conflito em nossa família. Quando eu estava sobrecarregada com os confrontos regulares com filhos irados e determinados a me vencer, estes versos me deram tremendo conforto:

“‘Não fique aterrorizado por causa deles, senão eu o aterrorizarei diante deles. E eu hoje faço de você uma cidade fortificada, uma coluna de ferro e um muro de bronze. (...) Eles lutarão contra você, mas não o vencerão, pois eu estou com você e o protegerei’, diz o Senhor”(Jeremias 1.17-19).

Dizem que os pais que amam um ao outro dão a seus filhos senso de segurança e um padrão salutar para o futuro. Certamente isto é verdade. Mas a consciência de que os pais estão agindo debaixo da autoridade maior de um Deus amoroso e protetor, realmente completa o quadro.


Sandy Mayle é mãe de três rapazes adolescentes e mora em Erie, Pensilvânia, Estados Unidos.
http://www.ccs.saude.gov.br/revolta/cinema2.html, filme sobre a revolta da vacina!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Alguns estão totalmente fora da Palavra de Deus!

Uma sobrevivente da visão celular de Rene Terra Nova conta TUDO!

Roselaine Perez


Eu tive que digerir depressa demais o amontoado de quesitos que a Visão Celular possuía, parecia que tinha mudado de planeta e precisava aprender o novo dialeto local, e urgente, para conseguir me adaptar.
Ganhar / consolidar / discipular / enviar, almas / células/ famílias, Peniel, Iaweh Shamá, honra, conquista, ser modelo, unção apostólica, atos proféticos, mãe de multidões, pai de multidões, conquista da nação, mover celular, riquezas, nobreza, encontro, reencontro, encontros de níveis, resgatão, Israel, festas bíblicas, atos proféticos, congressos, redes, evento de colheita, prosperidade, recompensa, multidão, confronto, primeira geração dos 12, segunda geração dos 12, toque do shofar, cobertura espiritual, resultado, resultado, resultado, etc...

Era início do ano de 2002 quando fomos a Manaus, eu e meu marido, para recebermos legitimidade, enquanto segunda geração dos 12 do Apóstolo Renê Terra Nova no estado de São Paulo.As exigências eram muitas e muito caras:
  • Compra do boton sacerdotal num valor absurdo.

  • Hospedagem obrigatória no Tropical Manaus, luxuoso resort ecológico, às margens do Rio Negro, não um dos mais caros, mas “O” mais caro de Manaus (conheci Pastores que venderam as calças para pagar 2 diárias no tal resort e outros que deixaram a família sem alimentos para entrar na fila dos zumbis apostólicos, num Thriller nada profético).
  • Trajes de gala Hollywoodianos.
  • Participação obrigatória num jantar caro da preula após a cerimônia, tendo como ilustre batedor de bóia nada menos que o Apóstolo Renê e seus cupinchas.
  • Tudo isso para ter a suprema dádiva de receber a imposição de mãos do homem, com direito a empurradinha na oração de legitimação e tudo ( uhuu!).

Nem mesmo em festa de socialite se vê exageros tão grandes em termos de exibição de jóias, carros, roupas de grife e todo tipo de ostentação escandalosa.
Hoje, sem a cachaça da massificação na cabeça, sinto vergonha e fico imaginando como Jesus seria tratado no meio daquela pastorada.
Ele chegaria com sandálias de couro, roupa comum, jeito simples, não lhe chamariam para ser honrado, nem tampouco perguntariam quem é o dono da cobertura dele , pois deduziriam que certamente dali ele não era.
Estive envolvida até a cabeça – porém não até a alma – na Visão Celular durante quase 5 anos, em todas as menores exigências fui a melhor e na inspiração do que disse Paulo "...segundo a justiça que há na lei dos Terra Nova, irrepreensível."

Entreguei submissão cega às sempre inquestionáveis colocações e desafios do líder, sob pena de ser rebelde e fui emburrecendo espiritualmente.
Me pergunto sempre por que entrei nisso tudo e depois que este artigo terminar talvez você me pergunte o mesmo, mas minha resposta tem sempre as mesmas certezas:
--> Todos nós precisamos amadurecer e, enquanto isso não acontece, muitas propostas vêm de encontro às fraquezas que possuímos e que ainda não foram resolvidas dentro de nós.
A partir da minha experiência pude enxergar as três principais molas propulsoras que fazem funcionar toda essa engrenagem:
1) A lavagem cerebral
A definição mais simples para lavagem cerebral é “conjunto de técnicas que levam ao controle da mente; doutrinação em massa”.
Em todas as etapas da Visão Celular se pode ver nitidamente vários mecanismos de indução, meios de trabalhar fortemente as emoções onde o resultado progressivo desta condição mental é prejudicar o julgamento e aumentar a sugestibilidade.
Os métodos coercivos de convencimento, os treinamentos intensos e cansativos que minam a autonomia do indivíduo, os discursos inflamados, as músicas repetitivas e a oratória cuidadosamente persuasiva são recursos que hoje reconheço como técnicas de lavagem cerebral, onde há mudanças comportamentais gradativas e por vezes irreversíveis.
2) Grandezas diretamente proporcionais
O Silvio Santos manauara é uma incógnita.Se em por um lado ele é duro e autoritário, noutro ele é engraçado, carismático e charmoso. Num dos Congressos em Manaus, me levantei da cadeira para tirar uma foto dele, que imediatamente parou a ministração e me chamou lá na frente. Atravessei o enorme salão com o rosto queimando, certa de que iria passar a maior vergonha de toda a minha vida, que o “ralo” seria na presença de milhares de pessoas e até televisionado.Quando me aproximei não sabia se o chamava de Pastor, Apóstolo, Doutor, Sua Santidade ou Alteza, mas para minha surpresa ele abriu um sorriso de orelha a orelha e fez pose, dizendo que a foto sairia bem melhor de perto. A reunião veio abaixo, claro, todos riam e aplaudiam aquele ser tão acessível e encantador.
Acontecimentos assim, somados à esperta e poderosa estratégia de marketing que Terra Nova usa para transmitir suas idéias, atraem para ele quatro tipos de pessoas:
  • As carentes de uma figura forte (o povo simples que chora ao chamá-lo de pai).
  • As que desejam aprender o modelo para utiliza-los em seus próprios ministérios falidos.
  • Aquelas que desejam viver uma espécie de comensalismo espiritual, que vivem de abrir e fechar notebooks para ele pregar, ganhando transporte e restos alimentares em troca, as rêmoras da Visão.
  • As sadomasoquistas espirituais. É tanta punição, tanto sacrifício, tanta submissão, que fica óbvio que muita gente se adapta a esse modelo porque gosta de sofrer. As interpretações enfermas do tipo “hoje eu levei um peniel do meu discipulador, então me agüentem que lá vou eu ensinar o que aprendi.”, eram a tônica das ministrações.
Pode acreditar que essas quatro classes de pessoas representam a grande maioria.
3) A concupiscência da carne, concupiscência dos olhos e a soberba da vida
O conceito da Visão Celular mexe demais com o ego, é sedutor, encantador, promissor, põe a imaginação lá no topo, puro glamour. A ganância que existe dentro do ser humano é o tapete vermelho por onde a desgraça caminha. Essa tem sido uma das causas pela queda de tantos e tantos pastores, por causa das promessas de sucesso rápido e infalível.
Renê não sabe com quem está lidando, mas é com gente!
Ele talvez ignore (não que ele seja ignorante) que cada ser humano é um universo e que as informações vão reproduzir respostas completamente inesperadas em cada um.
EU ASSISTI, na terra do Terra Nova, o “tristemunho” de uma discipuladora que, para confrontar e educar uma discípula, havia chegado à loucura de bater nela, para que a mesma parasse de falar em morrer. Esse é o argumento dos incapazes, dos que não conseguem levar cada triste, cada suicida ou deprimido às garras da graça de Cristo, mas que querem se fazer os solucionadores das misérias do povo.
Eu tenho até hoje péssimas colheitas dessa péssima semeadura, assumo meus erros e me arrependo profundamente de cada um deles:
  • Quase perdi Jesus de vista
  • Minha família ficou relegada ao que sobrava de mim.
  • Minha filha mais velha, hoje com 23 anos, demorou um bom tempo para me perdoar por eu ter repartido a maternidade com tantas sanguessugas que me usavam para satisfazer sua sede de poder.
  • Minha mãe teve dificuldade para se abrir comigo durante muito tempo porque, segundo ela, só conseguia me ver como a Pastora dura e ditadora. Tenho lutado diariamente para que ela me veja somente como filha.
  • Fui responsável por manter minha Igreja em regime escravo (mesmo que isso estivesse numa embalagem maravilhosa), por ajudar a alimentar a ganância de muitos, por não guardá-los dessa loucura.
  • Colaborei com a neurotização da fé de muitos, por causa da perseguição desenfreada pela perfeição e por uma santidade inalcançável.
  • Fiquei neurótica eu mesma, precisando lançar mão de ajuda psicológica devido a crises interiores inenarráveis, ao passo que desenvolvia uma doença psíquica de esgotamento chamada Síndrome de Burnout*, hoje sob controle.
  • Vendi a idéia da aliança incondicional do discípulo com o discipulador, afastando sutilmente as pessoas da dependência de Deus.
  • Invadi a vida de muitos a título de discipulado, cuidando até de quantas relações sexuais as discípulas tinham por semana, sem que isso causasse ofensa ou espanto.
  • Opinei sobre o que o discípulo deveria comprar ou não, tendo “direito” de vetar o que não achasse conveniente. A menor sombra de discordância por parte do discípulo era imediatamente reprimida, sem qualquer respeito. Quando isso acontecia os demais tomavam como exemplo e evitavam contrariar o líder.
  • Aceitei que fosse tirada do povo a única diretriz eficaz contra as ciladas do diabo: a Bíblia. Não que ela não fosse utilizada, mas isso era feito de forma direcionada, para fortalecer os conceitos da Visão. Paramos de estudar assuntos que traziam crescimento para nos tornarmos robôs de uma linha de montagem, manipuláveis, dogmatizados.
  • Fomentei a disputa de poder entre os irmãos ignorando os sentimentos dos que iam ficando para trás.
  • Perdi amigos amados e sofri demais com estas perdas. Alguns criaram um abismo de medo, que é o de quem nunca sabe se vai ganhar um carinho ou um tapa, um elogio ou um peniel, mas sei que esse estigma está indo embora cada vez mais rápido. Outros me abandonaram porque não aceitaram uma Pastora normal, falível e frágil. Eles queriam a outra, a deusa, aquela que alimentava neles a fome por ídolos particulares.
Dentro da Visão, nossa Igreja esteve entre as que mais cresceram e deram certo na região, mas desistimos porque, acima de todo homem e todo método, somos escravos de Cristo.
Talvez o mais difícil tenha sido a transição do meu eu, a briga daquilo que eu era com o que sou hoje até que se estabelecesse Cristo em mim, esperança da glória.
Prossigo, perdoada pelo meu Senhor, tomando minhas doses diárias de Graçamicina, recriando meu jeito de me relacionar e compreender mais as falhas alheias e as minhas próprias.
Prossigo, reaprendendo a orar e adorar em silêncio, livre dos condicionamentos, admitindo meus cansaços, me permitindo não ser infalível, sendo apenas gente...Pastoragente!
Roselaine Perez, a pastoragente para o Genizah